Olhe o Degrau Alves Guimarães

A iniciativa Olhe o Degrau surgiu em 2014 a partir do projeto piloto desenvolvido para a  escadaria localizada na Rua Alves Guimarães, em Pinheiros, São Paulo. Ele foi elaborado como uma resposta ao Concurso Internacional “Urban Urge”, uma iniciativa da Columbia University GSAPP e do Urban Research Group (URGE) voltada a concretizar ideias e efetuar mudanças físicas em comunidades locais.

Como você transformaria uma comunidade usando USD 4.000?”. A pergunta colocada pelo concurso orientou uma reflexão sobre as recorrentes formas de atuação do arquiteto urbanista e sobre os métodos convencionais de elaboração e execução de intervenções urbanas. Junto com a pesquisa nasceu um novo processo de atuar em espaços públicos, colaborativo, que serviu como referência para outros trabalhos da Cidade Ativa.


Escadaria antes e depois da intervenção.
Crédito: Cidade Ativa

De início, a Cidade Ativa considerou ser primordial consultar os usuários da escadaria sobre seus hábitos e suas impressões sobre o local.

Assim, um primeiro passo foi o de organizar uma oficina com os moradores do entorno trazendo música e atividades lúdicas, o que acabou atraindo, também, o interesse das pessoas que passavam pelo local. Nessa ocasião, foram criados painéis para coletar dados sobre os usuários e registrar a opinião sobre o que as pessoas esperavam de uma requalificação do espaço. Essa ferramenta, posteriormente chamada de “painéis interativos”, foi aprimorada e é utilizada em grande parte de ações da organização.

Os resultados da oficina foram sistematizados e considerados na elaboração de um projeto preliminar, que foi então validado com moradores e apresentado ao “Urban Urge”.

Olhe o Degrau foi um dos projetos premiados pelo concurso. Houve, então, por parte da equipe, um esforço de coletar assinaturas em um abaixo-assinado e apresentar a iniciativa para a Subprefeitura de Pinheiros (atual Prefeitura Regional) conseguindo, assim, a aprovação para execução de algumas das melhorias previstas em projeto.

As intervenções foram realizadas em três etapas, em formato de mutirão e contando com o apoio de voluntários:

  1. Oficina de pintura, realizada no tapume de uma obra voltada à escadaria, e oficina de lambe-lambe, com apoio da artista gráfica Catarina Bessell e da empresa GEDI –  Desenvolvimento e Inovação;
  2. Oficina de mobiliário urbano, conduzida pelos especialistas do Zoom Urbanismo Arquitetura e Design e do Super-Limão Studio com apoio da empresa Vale do Cedro, resultando na construção de seis bancos, uma mesa de picnic e uma lixeira;
  3. Oficina de grafite, liderada pela artista Mari Pavanelli.