Oficina de leituras urbanas da Cidade Ativa faz parte da programação da Semana de Engenharia Civil da Unesp, no campus de Ilha Solteira

29/08/2019 | por cidadeativa

O evento, organizado anualmente, já está na sua 38ª edição e tem o objetivo de trazer aos alunos experiências e perspectivas sobre as possibilidades de atuação na área. Neste ano, a Cidade Ativa foi convidada a compor a programação com uma oficina de leituras urbanas no dia 21 de agosto e abordamos metodologias e ferramentas de análise dos espaços públicos e comportamento dos usuários, instigando os alunos a refletirem sobre como suas atividades profissionais podem impactar na produção da cidade. 

Com duração de 4 horas de oficina, Mariana Wandarti expôs conceitos teóricos sobre temas como mobilidade ativa e sua infraestrutura e projetos de ressignificação da ocupação de espaços públicos, assim como a explicação dos métodos que os alunos aplicaram na prática. Com os universitários divididos em dois grupos, a ida a campo aconteceu no entorno da Unesp, em Ilha Solteira, com uma equipe analisando a avenida principal da cidade que apresenta ampla dimensão de calçadas, ponto de ônibus e canteiro central (Avenida Brasil Central), e a outra em uma via com comércios cotidianos, fluxo de veículos mais baixo e uma pequena praça formada em frente a um dos estabelecimentos (Alameda Bahia). Ambos os grupos aplicaram os mesmos métodos: Safári Urbano; contagem de fluxo de pessoas e veículos; levantamento geométrico e entrevistas com usuários da via.

O retorno para a sala de aula entusiasmou o debate, com tópicos relacionados a projetos que integrem espaços públicos e privados, elementos que promovem maior acessibilidade para pedestres com diferentes habilidades e mecanismos para garantir maior segurança viária – como semáforos em travessias e faixas de pedestres – e segurança pessoal – sendo a iluminação pública o item mais evidenciado, principalmente por estudantes mulheres. Ainda, trouxeram pontos de vista da aplicação das metodologias na prática e a importância de realizar uma leitura atenta sobre as dinâmicas dos espaços e as necessidades de seus usuários.

No encerramento do exercício, os estudantes mencionaram que as discussões nas disciplinas que envolvem planejamento urbano durante o curso nem sempre trazem as pessoas, os pedestres, como ponto focal para o desenvolvimento de projetos. Além disso, a prática trouxe também a discussão da importância da atuação conjunta entre urbanistas e engenheiros civis na construção dos espaços. Entendemos que aproximar esses conhecimentos pode impulsionar novas ideias de como produzir nossas cidades para que sejam mais democráticas, atraentes e seguras para todos.