Cidades para pessoas são cidades caminháveis

01/11/2018 | por cidadeativa

Em palestra no programa Fronteiras Educação, a Cidade Ativa trouxe a reflexão de como nossos hábitos individuais influenciam na nossa relação com a cidade

 

No último dia 17/10, a Cidade Ativa teve a oportunidade de participar da discussão sobre o tema “cidades para pessoas” a convite do programa Fronteiras Educação. Junto com alunos do ensino fundamental e ensino médio de escolas públicas e privadas de São Paulo, foram trazidas reflexões de como podemos transformar o ambiente em que vivemos.

Ao lado de Mariana Wandarti, arquiteta urbanista na Cidade Ativa, o professor historiador Felipe Pimentel iniciou o debate partindo da Revolução Agrícola, trazendo aspectos históricos da formação e transformação das cidades e suas características sociais, do ponto de vista de como as pessoas convivem, produzem e se comunicam. Também trouxe a perspectiva sobre o processo de urbanização e migração das pessoas que viviam em regiões rurais para as cidades, que se expandiu em larga escala nos últimos séculos ao redor do mundo. No Brasil, o processo ainda é considerado recente e em constante modificações, porém, estima-se que 90% da população brasileira já vive em cidades. Dentro desse contexto, as pessoas começaram a questionar há algum tempo: “o que significa viver em cidades? O que significa viver com qualidade de vida nas cidades?”

Com essas questões latentes na discussão, Mariana iniciou sua fala trazendo suas experiências pessoais que contribuíram para criar relação com a cidade e os principais momentos de sua trajetória que a fizeram trabalhar com desenho urbano e mobilidade ativa, partindo da escolha de cursar Arquitetura e Urbanismo até experiências profissionais e seu vínculo com a Cidade Ativa. Ao se aproximar da organização, encontrou uma equipe cheia de energia em busca da transformação das nossas cidades para que sejam mais ativas e saudáveis.

Na atuação da Cidade Ativa, Mariana colocou a maneira que pensamos as cidades: acreditamos que a pessoa deve ser considerada como principal elemento para no planejamento urbano, onde devemos considerar a experiência do cidadão em intervenções e pesquisas para a transformação do ambiente construído. Foram mencionadas iniciativas da organização, como Leituras Urbanas, Olhe o Degrau e Como Anda, para instigar o pensamento do público de que nós, usuários das cidades, podemos transformar nossas comunidades através de processos simples e de engajamento com pessoas interessadas para discutir ideias e executá-las – muitas vezes – com nossas próprias mãos.  

Ao longo da história da Cidade Ativa, foi muito motivador percebermos que não estávamos sozinhos nessa luta, são arquitetos, urbanistas, advogados, economistas, administradores que também atuam por cidades melhores. Nossa missão é lutar por cidades mais inclusivas, resilientes e saudáveis e, antes de sermos profissionais, nós somos cidadãos que podemos transformar a realidade em que vivemos a partir das nossas escolhas individuais e ao encontrar outras pessoas no nosso caminho que compartilham da vontade de transformar a cidade para que ela seja mais agradável, segura e acessível para todas as pessoas.

Ao concluir a palestra, Mariana instigou o público de jovens estudantes a refletirem sobre a seguinte questão: “Como vocês imaginam essa cidade?”, que deu início ao momento de troca de ideias entre todos os participantes.

Assista ao debate completo: