Cidade Ativa discutiu o tema “infraestrutura inclusiva” na Velo-city 2018

*Texto publicado originalmente em inglês no site European Cyclists’ Federation, por Aleksander Buczyński*

O tema abordado na sessão de “Infraestrutura inclusiva”, na conferência Velo-City 2018, ganhou destaque com a mensagem de que a infraestrutura urbana pode promover inclusão social, gerando acessibilidade e igualdade.

Bernardo Baranda, diretor do ITDP México, apresentou exemplos de infraestruturas seguras para pedestres e ciclistas que foram implantadas nos últimos 10 anos na Cidade do México – ruas calmas em zonas residenciais, ciclovias e redesenho da geometria viária. Muito pode ser obtido ao tornar intersecções superdimensionadas em modelos mais compactos como ampliar a dimensão das calçadas e incluir elementos que auxiliam no uso do espaço. Tais intervenções estimulam a redução da velocidade de veículos e protegem pedestres e ciclistas.

Bogotá é uma das cidades latino-americanas que mais prioriza o uso da bicicleta, com cerca de 400 km de infraestrutura cicloviária e 6% das viagens realizadas por bicicleta. Para aumentar ainda mais o uso da bike, a cidade de Bogotá lançou um plano que prevê a criação de uma avenida com extensão de 25 km de ciclovia de norte a sul, a Quinto Centenário. Jeroen Buis (JB Mobility) apresentou um panorama geral de como o corredor – verde, coerente, seguro e inclusivo – traça diretrizes específicas de desenho considerando largura, tipos de materiais, paisagismo e posicionamento de mobiliário urbano. As obras estão previstas para serem iniciadas em 2019.

Rafaella Basile, da Cidade Ativa, trouxe uma visão geral dos problemas enfrentados pelos pedestres no Brasil – falta de infraestrutura adequada, dimensões insuficientes para caminhar, falta de manutenção de superfícies. Ela ressaltou que a má qualidade de infraestrutura para pedestres prejudica a porção mais vulnerável da sociedade e concluiu apresentando exemplos de diferentes iniciativas e organizações que atuam no tema no Brasil.