Espaços públicos e a experiência do pedestre é tema de palestra e oficina para alunos do IHP
21/03/2018 | por cidadeativa
Vivenciar a cidade através da observação e suas diferentes dinâmicas permite compreender como os diversos elementos presentes nos espaços públicos interferem na experiência das pessoas no território. Esse foi o tema abordado pela Cidade Ativa no International Honors Program (IHP) – Cities in the 21st Century junto a alunos norte-americanos que estão em São Paulo para um aprofundamento das suas áreas de estudo.
A Cidade Ativa foi convidada, mais uma vez, para compartilhar conceitos sobre espaços públicos, a atuação da organização no tema e desenvolver uma atividade prática com os estudantes para que pudessem analisar o espaço urbano a partir de seus elementos. No período da manhã, houve um painel sobre espaços públicos, em conjunto com o Instituto A Cidade Precisa de Você, representado por Marcella Arruda; e, no período da tarde, uma oficina prática para aplicação da metodologia do Safári Urbano em campo.
Na oficina, os alunos foram divididos em dois grupos e puderam experienciar o caminhar pelas calçadas da Rua Doutor Vila Nova, próxima ao Sesc Consolação, e Rua Frederico Abranches, próxima à estação de Metrô Santa Cecília – ambas no bairro Santa Cecília, centro de São Paulo. A ideia era despertar a discussão do papel desses equipamentos no bairro e sua relação com a rede de mobilidade a pé do entorno. Além do levantamento através de croquis esquemáticos da observação dos planos espaciais que configuram o “ambiente” das calçadas, também foram aplicadas metodologias de Leituras Urbanas, como contagens de fluxos de pedestres e veículos, mapeamento das atividades de permanência e, ainda, uma avaliação que indica critérios para um bom espaço público que considera segurança, proteção, acessibilidade, diversidade, atratividade, conectividade e sustentabilidade.
Finalizada a experiência em campo e de volta à sala de aula, os alunos puderam expressar suas considerações e propor diretrizes sobre os principais conflitos sobre os desenhos levantados em campo. A discussão coletiva sobre os diferentes trechos avaliados suscitaram diversos desafios, tendo sido abordado que tipo de políticas poderiam ser criadas para melhorar a experiência dos pedestres nas calçadas avaliadas, como a importância de acessibilidade aos lotes, maior presença de arborização e manutenção do piso das calçadas. Também, foi um momento de relatar a experiência de aplicação da metodologia e mudanças geradas sobre a percepção de cada um a partir da atividade.
Compreender o espaço das calçadas – assim como escadarias, passagens, vielas – é fundamental para planejarmos a rede de mobilidade a pé e, como consequência, promover cidades mais inclusivas, resilientes e saudáveis.