
Estudo revela que paulistanos que moram perto de praças e ciclovias caminham mais no tempo livre
junho 26, 2017 | por cidadeativa
Já se sabe que o acesso a espaços livres públicos é importante para aumentar a prática de atividade física durante o lazer em países de alta renda, mas ainda há pouca evidência disso em países de renda média. Mais do que isso, em países como Brasil e Colômbia, por exemplo, a prática de atividade física no tempo de lazer ainda é menor do que em países de alta renda, como Estados Unidos, situação que não mudou nos últimos anos.
Um estudo recente realizado para a cidade de São Paulo revela que a presença de pelo menos dois tipos de espaços livres públicos – como praças, parques ou ciclovias – localizados a menos de 500 metros da residência aumenta a chance de prática de caminhadas no tempo livre. A pesquisa ainda ressalta que a existência de ciclovias nos raios de 500 metros foi fortemente associada a caminhadas no lazer: as chances de andar no tempo livre foram 55% maiores para aqueles que vivem a menos de 500 metros de uma ciclovia em comparação com aqueles que não residem próximos dessa rede. No caso de caminhadas regulares (150 minutos por semana), a presença de ciclovia num raio próximo também aumenta as chances dessa prática.

A pesquisa, realizada utilizando dados do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital) de 2014-2015, revelou ainda que 22% da amostra de participantes não possuem nenhum espaço público – parques, praças ou ciclovias -, num raio de 500 metros da sua residência. Mais do que relacionar os diferentes tipos de espaço público e a prática de atividade física, revela-se necessário investigar se a quantidade e a proximidade desses locais estão associadas às caminhadas. Esse tipo de evidência pode ser usado para orientar o projeto de cidades mais ativas, ou seja, cidades que convidam seus cidadãos a terem hábitos mais saudáveis.
É importante ressaltar que não foram encontradas relações entre a presença de parques e caminhadas de lazer. Isso é surpreendente porque as áreas verdes como parques muitas vezes têm mais instalações que as praças, como trilhas, árvores e equipamentos para alongamento. Ou seja, outros fatores, além da proximidade, podem ser importantes para incentivar a caminhada no lazer. O estudo ressalta que o tamanho e a atratividade dos parques não foram levados em consideração, o que poderia explicar esse resultado.
Ainda segundo a pesquisa, esses resultados são importantes porque apoiam as ações descritas no novo Plano Diretor de São Paulo (2014), visando o aumento do acesso aos espaços públicos abertos e destacando a importância de monitorar os impactos de saúde e bem-estar desta nova política urbana. Os resultados também ressaltam o potencial da pesquisa para fomentar as discussões entre pesquisadores e tomadores de decisão e como a evidência pode ser usada para destacar os espaços públicos como peças fundamentais para promover a atividade física em megacidades de países de renda média, como São Paulo.
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