Palestra com Billie Giles-Corti discutiu a relação da cidade com a saúde

27/11/2015 | por cidadeativa

A professora Billie Giles-Corti, da University of Melbourne, ministrou na terça (17), a palestra “saúde e promoção da atividade física: qual o papel do ambiente construído?”, no auditório da Faculdade de Saúde Pública da USP. A discussão foi uma parceria entre a Cidade Ativa e o Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde da Universidade de São Paulo (GEPAF-USP).

A especialista em saúde pública, caminhabilidade e “liveability” conversou com o público sobre os temas e trouxe seu conhecimento para os brasileiros. Uma das pioneiras em estudos sobre a relação entre cidade e saúde, Bille contou sobre seu projeto em parceria com diversas faculdades australianas para montar uma base de dados nacionais sobre “liveability” que possa fomentar políticas públicas.

Equipe Cidade Ativa entrevistou a professora Billie Giles-Corti.
Crédito: Cidade Ativa

A estudiosa explica que uma comunidade considerada “liveable” é um ambiente seguro, socialmente inclusivo, sustentável, com acomodações próximas ao  local de trabalho,  à educação, espaços públicos, lojas locais, saúde e serviços para a comunidade. É um ambiente onde tudo isso pode ser feito por meio do transporte público, caminhada ou pedalada.

Melbourne, a cidade onde vive, foi eleita diversas vezes como a cidade mas liveable do mundo. A pesquisadora contestou essa informação com diversos dados e mapas colaborativos que mostravam o quanto a aplicação desse conselho podia ser falha.

Ainda na sua área de pesquisa, Billie vê um vínculo entre a cidade em que vivemos e as nossas doenças crônicas. Atos como usar a caminhada como um meio de locomoção pode impactar na nossa saúde e na da cidade. Aumentar o acesso ao transporte público e a melhorar a “caminhabilidade” são medidas que terão efeitos a curto, médio e longo prazo.

Segundo ela, essa mudança na cidade e no comportamento das pessoas pode levar a diminuir a desigualdade social, levando as famílias a terem menos despesas com carros e saúde. A saúde mental pode ser beneficiada, assim como as doenças crônicas podem diminuir.

Entusiasmada, elogiou as iniciativas brasileiras e acredita que São Paulo está avançando na questão da liveability. Em entrevista a Cidade Ativa, Bille conversou sobre como mergulhou nesse tema, como transformar estudos sobre a cidade em políticas públicas e os impactos de sediar as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Ficou curioso? Aguarde nos próximos posts (ou vídeos)!

*Texto elaborado por Gabriela Boccaccio.