Safári Urbano no Seminário Cidades a Pé
26/10/2015 | por cidadeativa
Entre os dias 25 e 28 de novembro acontecerá em São Paulo o Seminário Internacional Cidades a Pé. Pioneiro e inédito no Brasil, o evento tratará da mobilidade a pé e da humanização das cidades, através da ótica dos pedestres. Diversas exeperiências que promovem cidades mais caminháveis terão a chance de se encontrar e gerar novas idéias e inspirações. Nós da Cidade Ativa iremos participar ministrando uma oficina de Safári Urbano.
O que é um Safári Urbano?
O Safári Urbano é uma metodologia de análise de calçadas baseada em estudo desenvolvido nos Estados Unidos, intitulado “Active Design: Shaping the Sidewalk Experience” (ou “Desenho ativo: moldando a experiência nas calçadas”, em tradução livre para o português).
O trabalho, desenvolvido em Nova Iorque a partir da colaboração entre diversos departamentos da prefeitura da cidade, como Secretaria de Planejamento, Construção, Saúde e Transporte, faz parte de uma coleção de estudos e pesquisas que buscam relacionar a forma urbana e o ambiente construído a aspectos da saúde. De acordo com o conceito “active design”, que foi construído a partir de vários encontros e estudos conjuntos entre setores públicos e privados, estilo de vida e nível de atividade física são resultados diretos da forma dos edifícios e do planejamento das cidades. Assim, como parte do programa de prevenção de doenças ligadas a obesidade e sedentarismo, novas diretrizes de desenho, leis e projetos urbanos podem ser criados para fomentar estilos de vida mais ativos.
Dentro deste contexto, o estudo específico sobre calçadas nasce para responder à seguinte pergunta: como incentivar que indivíduos caminhem mais e adotem essa forma de deslocamento? Quais elementos garantem uma experiência agradável – e segura, saudável, atrativa, útil, prazerosa – para os pedestres? O estudo coloca então a seguinte equação: a experiência do pedestre ao caminhar por uma calçada é modelada por um espaço físico, composto de diversos elementos, que, por sua vez, são regulamentados por políticas. Estes três aspectos – “experiência”, “espaço físico” e “políticas” – são aprofundados ao longo do trabalho.
Fonte: Active Design: Shaping the Sidewalk Experience.
Elaboração: Cidade Ativa
Entende-se que as “experiências” possíveis em uma calçada podem ser inúmeras – pode-se configurar um espaço tranquilo e seguro, de uso intenso, extremamente ordenado ou flexível e dinâmico – e que, portanto, não existe uma “fórmula”capaz de resolver todas as situações possíveis. O que se faz necessário, no entanto, é garantir que esta calçada aborde os seguintes quesitos, ainda que através de estratégias distintas, essenciais para ativar estes espaços e incentivar a caminhada: conectividade; acessibilidade; segurança; diversidade; escala humana/complexidade; e sustentabilidade/resiliência climática.
Para a compreensão do que seria essa experiência do pedestre em uma calçada, a metodologia propõe um novo ponto de vista: os desenhos técnicos que convencionalmente representam o espaço da via – as plantas e seções – são complementados por uma perspectiva centrada no ponto de fuga do transeunte. Este espaço criado na calçada, chamado de “sidewalk room”, é conformado por quarto planos, que reúnem elementos distintos: o plano do piso, da via, da cobertura e do edifício.
A metodologia original foi testada e aprimorada durante o período de desenvolvimento do trabalho pela equipe em Nova Iorque e depois traduzida e adaptada pela Cidade Ativa. O material é composto por fichas que orientam a elaboração das perspectivas, de desenhos técnicos para obtenção de medidas e quantificações e que indicam a coleta de parâmetros obtidos em campo e facilitam a compreensão – e comparação – dos elementos que caracterizam as calçadas avaliadas. Ao final dos levantamentos, a calçada é avaliada qualitativamente pelos pesquisadores, o que permite comparar estudos de caso e identificar oportunidades e desafios para projetos de calçadas.
Ficou interessado e quer participar? Inscreva-se aqui.
A oficina é gratuita e equipes técnicas de órgãos públicos serão priorizados.
Você desenvolve alguma iniciativa relacionada a mobilidade a pé ou que promove cidades mais caminháveis? Inscreva (até 05/11) seu projeto para participar do seminário internacional cidades a pé, nas seções “Pontapé“.
A divulgação das 12 iniciativas selecionadas para se apresentarem no Seminário será realizada em 16/11.
Realização: ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos
Patrocínio: Banco Mundial
Secretaria Executiva: Comissão Técnica de Mobilidade a Pé e Acessibilidade da ANTP
Apoio Institucional: SampaPé, Cidade Humana, Red OCARA, Corrida Amiga, Pé de Igualdade
Parceria: Cidade Ativa, Mobilize, Cidade a pé
Execução: Conexão Cultural