“Como podemos aprender e ensinar em nossos territórios?” O Instituto Tomie Ohtake trouxe essa questão como ponto focal de evento realizado em agosto
30/08/2019 | por cidadeativa
Iniciativas que integram atividades escolares com o território ganham cada vez mais espaço. Para incentivar que ideias como essa temática saiam do papel, o Instituto Tomie Ohtake, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e com patrocínio da Estácio e da Uber, promovem o Prêmio Territórios, que esse ano chegou a sua 4ª edição. O objetivo é identificar e promover projetos realizados em parceria com professores, gestores escolares, comunidade escolar e com outros atores que atuam na cidade, promovendo ações que aconteçam intra e/ou extramuros, que sejam exemplares na perspectiva de uma educação integral, integrada e integradora, e que tenham a cultura, em sua ampla diversidade, como eixo central.
Com um público formado principalmente por educadores e gestores da rede de ensino municipal, o evento “Diálogos: Território, Mobilidade e Educação” buscou articular oportunidades de investigação do território através de diversas experiências trazidas pelo poder público, educadores, organizações da sociedade civil e artistas, fomentando a construção de novas possibilidades de aprendizagem. O início do debate contou com uma abordagem geral sobre o cenário da educação integral no Brasil e casos de sucesso de territórios ativos que romperam paradigmas de métodos tradicionais de ensino, como o Coletivo Escola Família do Amazonas (CEFA) e os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), com Isa Grinspum e Pilar Lacerda.
Para dar ainda mais visibilidade para as ações que favorecem educação integrada na prática, em seguida foi realizada uma apresentação de 4 ações: a educação integral na rede pública municipal de São Paulo, da Secretaria Municipal de Educação; Território Jaraguá, iniciativa do professor geógrafo Henrique Macedo para explorar o entorno da escola através de caminhadas e discussões; Conhecendo e Sendo em São Paulo, da professora Vanessa Oliveira que busca integrar a casa dos alunos com a escola e o deslocamento diário dos estudantes – além de conhecerem outros pontos da cidade e, a Cidade Ativa, representada por Mariana Wandarti, onde compartilhou experiências da Cidade Educativa e Olhe o Degrau, com foco no engajamento e transformação de espaços públicos através da relação entre escola e comunidade.
Após as apresentações, uma variedade de questões foram levantadas sobre como mais escolas podem se inspirar com essas práticas e o que é necessário avançar para colocá-las no currículo escolar: planos efetivos para educação integral, cenário político instável no Brasil, desenvolver métodos para investigação de quais são as configurações familiares de determinado território e sobre como derrubar – ainda que simbolicamente – o muro das escolas que se fecham para o lado de fora. Também, discutimos sobre encarar a cidade como um organismo vivo e em constante mudança, onde podemos aprender e ensinar a partir de uma pluralidade de vivências.