Como é passar uma semana na Cidade Ativa?

25/07/2016 | por cidadeativa

Durante a semana do dia 18 ao dia 22 de julho, Jean, estudante do 3º colegial de 17 anos, participou de atividades na Cidade Ativa, a fim de vivenciar um pouco do dia a dia do urbanista.

Jean conta que desde criança admira a disciplina da arquitetura e urbanismo, observando os edifícios, ruas e obras pela cidade. E foi então que, antes de optar por algum curso na faculdade, buscou a chance de conhecer mais de perto o que é feito na profissão. Aluno da escola Waldorf em São Paulo, ele foi incentivado por professores a realizar um estágio na área que pretende estudar.

No período de tempo que estagiou, foram desenvolvidas atividades que o levou a vivenciar e entender a cidade de outra maneira.

Jean desenvolveu atividades em campo para consolidar os conceitos teóricos.
Crédito: Cidade Ativa

Para contextualizar o que fazemos e quais são os conceitos de projetos e pesquisas que aplicamos, foi feita uma apresentação da Cidade Ativa, da metodologia de Safáris Urbanos e do projeto Olhe o Degrau, sendo que, depois, com os conceitos em mente, Jean desenvolveu um texto de como era sua relação com o deslocamento ativo no bairro em que mora, apontando qualidades e problemas dos espaços públicos da região.

Em sequência, fomos a campo aplicar a metodologia de desenho dos quatro planos da calçada, que permite uma análise sensorial e aprofundada dos elementos que influenciam diretamente na experiência do pedestre.

Com um caráter mais técnico, o levantamento geométrico aproximou Jean das tarefas cotidianas da profissão: foi estimulada a leitura em planta, uso de diversos tipos de trena e medidas necessárias para compreender o espaço e técnicas de representação de desenho. O corte também foi apresentado, a fim de estabelecer a relação da altura dos edifícios, fiação elétrica aérea, caixa viária e dimensão das calçadas.

Jean também se arriscou no campo das entrevistas, recebeu alguns “nãos” no início mas driblou a situação e conseguiu entrevistar algumas pessoas, sendo imparcial nas perguntas e não influenciando nas respostas dos usuários.

“Dizem que a gente só aprende na prática, as experiências que tive em campo foram ótimas e me fizeram aprender muito”, contou Jean à equipe Cidade Ativa.

Ainda em campo, realizou medições de fluxo e permanência em diferentes horários na rua, percebendo como é a dinâmica do espaço, o fluxo de veículos e de pessoas, se há permanências de pessoas e já instigando possíveis soluções em relação ao ponto do levantamento.

Do campo ao escritório, Jean entrou em contato com o computador, realizando buscas de referências de projetos urbanos em espaços públicos e colaborou com o mapeamento do Olhe o Degrau, identificando escadarias que conhecia próximas à sua casa.

Processou em planilhas os dados coletados anteriormente, entendendo assim a importância de transformar os números levantados em dados de fácil leitura e entendimento. Diversos tipos de gráficos foram apresentados a ele e rapidamente ele pode elaborar os gráficos dos levantamentos que fez. Esse processo consolidou os conceitos apresentados no início do estágio, sobre a importância de pesquisas, levantamentos e leituras dos locais para engajar os usuários dos espaços e entender as demandas de mudanças antes da proposta de projeto.

Além de estimular as leituras urbanas, foi proposto também que Jean desenvolvesse um projeto aplicando os conceitos do Active Design. Ele sugeriu um espaço público abandonado junto a um ponto de ônibus próximo à sua residência, em Cotia, que tem um fluxo alto de pedestres. Jean começou a investigar, a partir de desenhos em planta, soluções para requalificar o espaço. A fim de desenvolver o lado criativo e habilidades de desenho, Jean produziu perspectivas e cortes do seu projeto e aprendeu algumas técnicas. Para ele, foi uma experiência muito importante: “Não fazia ideia de que iria chegar aqui e tentar criar um projeto com minhas ideias, foi uma experiência que jamais poderei esquecer”.

Na conclusão do estágio, Jean teve contato com alguns temas sobre arquitetura e urbanismo, desde os programas mais utilizados na profissão até técnicas de desenho e planejamento de cidades, fixando os conhecimentos adquiridos ao longo dessa experiência. Esta foi também uma grande oportunidade positiva e motivadora para a equipe da Cidade Ativa, que pode transmitir seu conhecimento e ajudar na formação de mais um cidadão ativo.

“A Cidade Ativa me fez pensar diferente com todas as ideias apresentadas, tudo que eu realizei durante a semana foi um grande aprendizado que vou levar sempre comigo”, contou Jean.

Equipe Cidade Ativa e Jean Amorim.
Crédito: Cidade Ativa