
Paulista Aberta
Desde o final de 2014, uma rede formada por organizações e coletivos de São Paulo, encabeçada pelas organizações SampaPé e Minha Sampa, demandava um uso diferente da Avenida Paulista aos domingos: a restrição do fluxo de veículos e a destinação do leito carroçável para uso exclusivo de pedestres e ciclistas, permitindo atividades recreativas e esportivas ao longo de toda a sua extensão.
Um teste dessa iniciativa durante o domingo do dia 28 de junho de 2015, junto à inauguração da ciclovia projetada no canteiro central da avenida, motivou a Cidade Ativa a realizar uma coleta de dados sobre a aprovação da infraestrutura cicloviária e da abertura da avenida ao lazer aos domingos. Utilizando a metodologia de painéis interativos, a pesquisa buscou reunir informações diversas sobre o perfil dos indivíduos que frequentam o local, suas opiniões e desejos.
Pesquisa com painéis interativos atraiu diversos usuários.
Crédito: Cidade Ativa
Com alta adesão à pesquisa durante o evento, a equipe decidiu reaplicá-la em outros dias da semana, buscando coletar dados de outros perfis de pessoas com opiniões diversas para, então, verificar a aprovação à iniciativa. O relatório final da pesquisa foi publicado e divulgado, também, junto aos gestores municipais da Paulista Aberta, sendo utilizado na argumentação a favor da iniciativa e na construção do Programa Ruas Abertas, que previu a ampliação para outras 31 vias, uma em cada Prefeitura Regional.
Durante o período de consolidação da política pública da Paulista Aberta, surgiram argumentos contrários à implantação da iniciativa, o que levou diversas organizações a se mobilizarem na defesa da abertura de vias ao lazer. A Cidade Ativa, inserida nessa rede, planejou uma segunda etapa de pesquisa. Em parceria com o Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP (LPAE), a organização realizou medições dos níveis de ruído e material particulado entre novembro e dezembro de 2015. Os dados do estudo, coletados durante um domingo de Paulista Aberta e em uma sexta-feira comum, foram avaliados pelo LPAE-USP. Os resultados comprovaram que Paulista Aberta era mais silenciosa e menos poluída que a avenida em dias de semana.
Integrando um grupo de trabalho voltado a fortalecer a iniciativa na cidade, a Cidade Ativa, ao lado das organizações SampaPé, Minha Sampa, Bike Anjo e Greenpeace, levantou, ao longo dos primeiros meses da implantação, dados sobre as Ruas Abertas e auxiliou a Prefeitura de São Paulo a decretar o Programa em junho de 2016. Também foram instituídos pela Prefeitura um Comitê de Acompanhamento e Fortalecimento das Ruas Abertas (do qual Bike Anjo, Cidade Ativa, Minha Sampa e SampaPé fazem parte) e um Conselho Gestor Local em cada Prefeitura Regional, que teria a função de acompanhar as decisões relativas à Rua Aberta de sua região.
Um dos produtos elaborados pelo Comitê foi o mapa das Ruas Abertas, realizado através de dois diagnósticos cidadãos, com a ajuda de voluntários, para verificar quais ruas estavam realmente funcionando e as melhorias necessárias. Atualmente, as organizações do Comitê estão estruturando um Programa de Zeladores da Rua Aberta para acompanhar o funcionamento do Programa Ruas Abertas.
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