A quarta ação da iniciativa Olhe o Degrau está com cheirinho de tinta fresca

21/05/2018 | por cidadeativa

Os últimos dias 04 e 05 de maio foram de muito agito na escadaria localizada no bairro Parque Cisper, Zona Leste da cidade de São Paulo. O projeto de requalificação da escadaria em frente à EMEF João Franzolin Neto, viabilizado através do Desafio Fenômenos da Fundação Fenômenos, é resultado de todas as etapas anteriores que compõem o processo da iniciativa Olhe o Degrau: diagnóstico, oficina colaborativa, proposta e avaliação, assim como a aproximação e engajamento da comunidade escolar, grupos culturais e moradores do entorno desde outubro de 2017.

Para viabilizar a intervenção – preparo, limpeza e manutenção – buscamos apoio da Prefeitura Regional de Ermelino Matarazzo e da empresa Norte Sul Hidrotecnologia, que estiveram presentes também nesses dias. A manutenção do local foi um dos principais destaques na coleta de dados sobre as intenções e transformações desejadas para o espaço.

Apoio da Prefeitura Regional de Ermelino Matarazzo na limpeza do espaço foi fundamental para viabilizar a intervenção. Crédito: Cidade Ativa

O projeto buscou traduzir, especialmente, a vontade de um espaço para os alunos – principais usuários da escadaria – para o brincar e o encontro com amigos. Somado à ideia do lúdico e do educar para além dos muros da escola, a intervenção física partiu da estruturação de duas rotas temáticas pintadas no piso, uma para cada braço da escadaria, como um convite para os pedestres passarem, ficarem e interagirem com os usuários ao longo do percurso.

No sentido de quem desce a escadaria, a rota da poesia começa com um graffiti em homenagem a poetas do bairro feita por artistas do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo e, ao longo da descida, alguns trechos de poesias de outros poetas da região foram pintados em cada degrau. Para o outro lado, a rota dos jogos está na pintura de equações e charadas matemáticas também no sentido de quem desce. Mais adiante, para completar o encontro dos dois lados após esses trechos nos patamares, o resgate das brincadeiras de rua como cirandas e outros jogos antigos marcam a intenção de uma cidade para brincar.

No sentido da subida, cor e textura se revelam através do movimento dos triângulos pintados nos espelhos da escadaria (altura do degrau), que se organizam em forma de brincadeira e movimento, e sinalizam de longe a escadaria que foi, para muitos, invisível até agora. Para completar a intervenção, os alunos da EMEF estiveram envolvidos em todas as etapas de pintura. Completando o projeto, mobiliários em pneu e marcenaria – bancos, mesa para piquenique e brinquedo – conformaram uma grande sala de estar para promover encontros, através de uma oficina liderada pelo escritório de arquitetura Zoom.

Em ambos os dias, a grande força da ação esteve também na participação e envolvimento dos voluntários, seja na pintura ou na confecção dos mobiliários. A mobilização de todos fez o projeto sair do papel para trazer mais movimento e cor para a escadaria do bairro. Transformar o espaço pode partir de reformas simples que geram impacto quase instantâneo no seu uso.

Confira o antes e depois da escadaria: