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Cidade EducATIVA leva urbanismo para dentro (e fora) da sala de aula
junho 2, 2017 | por cidadeativa
Avaliar a forma da calçada e os elementos – mobiliário urbano e iluminação – que a compõem, medir a percepção de segurança dos usuários em relação ao caminho que realizam e entender suas motivações para caminhar são atividades essenciais para a promoção do deslocamento a pé. As calçadas são infraestruturas fundamentais de inclusão social, um ponto de partida para a promoção de hábitos mais saudáveis nas cidades.
Para disseminar um processo de reflexão sensível a estes temas para jovens cidadãos, a Cidade Ativa – através da iniciativa Cidade EducATIVA – foi convidada pelo Colégio Miguel de Cervantes, localizado no bairro do Morumbi, a apresentar ferramentas de leitura urbana como frente da temática “urbanismo” que compõe parte do projeto escolar extracurricular. Em paralelo, os alunos do 9º ano também terão a questão da “alimentação” como abordagem do projeto, completando o grupo de temas que eles vivenciarão, ao longo do ano, a partir de práticas com organizações brasileiras e espanholas.
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Crédito: Nathalie Prado
No que tange a experiência urbana, a primeira parte da atividade focou a apresentação para os alunos do “Safári Urbano”, metodologia de análise de calçadas focada na experiência do pedestre. Também foi apresentada a metodologia de medições de fluxo e permanência que, aplicada em um determinado ponto da rua e período, indica a dinâmica do local e, por último, o formulário de entrevistas, que busca avaliar as demandas e necessidades dos usuários da região e revela possibilidades para tornar o local mais convidativo.
Com os conceitos e metodologias expostos e esclarecidos, os 70 alunos foram então separados em quatro grupos e caminharam rumo às vias próximas ao entorno do colégio para aplicarem na prática as três ferramentas de análise – acompanhados pela equipe Cidade Ativa e professores. Durante a atividade, os “pequenos urbanistas” relataram com animação a percepção dos espaços sob a nova ótica. Alguns ficaram surpresos com o baixo fluxo de pedestres nas calçadas estudadas, e prontamente apontaram, a partir das impressões levantadas, os conflitos identificados nas calçadas.
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Crédito: Cidade Ativa
Na aplicação da medição de fluxo e permanência, ficou evidente a discrepância entre o número de deslocamentos por veículos de passeio em comparação aos modos ativos: identificou-se um número muito reduzido de pedestres e ciclistas nas quatro vias, mesmo nos locais onde há ciclovia. Por fim, as entrevistas realizadas com os poucos indivíduos circulando na região mostraram que o deslocamento a pé – exceto para o público se exercitando próximo à praça Vinícius de Moraes – é quase sempre dado por trajetos de curta distância, e são realizados, em sua maioria, por moradores que acessam algum estabelecimento comercial.
No encerramento, os alunos comentaram a experiência e relataram momentos marcantes da atividade, aplicada pela primeira vez pela Cidade Ativa junto a estudantes desta faixa etária. Indagados sobre a importância da construção do ambiente que favorece a prática de hábitos mais ativos, ficou evidente para eles a necessidade de transformações físicas para garantir uma cidade mais agradável e segura para quem caminha. Um salto importante foi compreender que as calçadas, além de conexões entre lugares, também são os espaços de encontros e convívio mais primordiais da cidade e, como tais, devem possibilitar acesso a todos os usuários.
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