Fit Cities São Paulo 2014

05/04/2014 | por cidadeativa

Como o ambiente em que você vive influencia no seu estilo de vida? Como arquitetos, urbanistas, médicos, designers, especialistas em políticas públicas podem ajudar a planejar cidades que incentivarão decisões mais saudáveis?

Venha debater no seminário Fit Cities São Paulo!

No próximo dia 16 de abril, o USP Cidades e a Cidade Ativa promovem na Biblioteca Brasiliana, na USP, a Conferência Fit Cities São Paulo, em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP) e a Faculdade de Medicina (FMUSP) e apoio do Mobilize Brasil, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), da EMBARQ Brasil, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA). A primeira reunião da iniciativa quer provocar a discussão sobre a qualidade dos espaços públicos da cidade e a qualidade de vida de seus habitantes, chamando atenção para os maiores problemas de saúde nos centros urbanos: obesidade, hipertensão, diabetes e doenças causadas ou agravadas pela poluição.

Temas como forma urbana, acesso a espaços públicos de qualidade, áreas verdes e exclusão territorial e social são os pilares que apoiam a urgência de políticas que priorizem o cidadão e o espaço urbano, a fim de moldar uma cidade mais ativa, inclusiva e sustentável.

“O ar livre já é boa medicina”

Quando se pensa em soluções para a saúde urbana imagina-se sempre mais hospitais, tratamentos, medicação e dietas rigorosas. Mas o que a iniciativa Fit Cities quer desenvolver no Brasil é uma concepção mais ampla do que determina nosso estado de saúde, corporal e mental. Ao reunir especialistas e parceiros que atuam nesses campos de conhecimento, a conferência destaca a necessidade de projetos replicáveis de boa prática em urbanismo que interfiram diretamente nas condições de vida e de saúde da população em geral.

Espaços arborizados e verdes fazem bem à saúde mental, como já foi comprovado pelo estudo da Escola de Medicina da Exeter University, em Devon, Inglaterra. A pesquisa acompanhou pessoas durante cinco anos e comprovou os efeitos benéficos do contato com áreas verdes, comparando-o com o sentimento de felicidade de eventos efêmeros. Na mesma linha, investigações do centroGreater Good, da Universidade de Berkeley, que realiza estudos na áreas de neurociência, sociologia e psicologia com foco no bem-estar, comprovam que exercícios ao ar livre melhoram o otimismo e autoestima, colaborando para um bem-estar e satisfação consigo mesmo.

É conhecida a dificuldade de se ter acesso a áreas verdes e locais próprios para prática esportiva ao ar livre, mas os estudos citados apuram que períodos curtos de até 10 minutos de exposição ao ar livre e contato com áreas arborizadas já surtem efeito em nossa saúde mental, contribuindo por consequência para a saúde física em longo prazo. Isso significa que caminhadas rápidas ou uma passagem por uma praça já são comprovadamente ‘tratamentos médicos’.

O isolamento social, cada vez mais frequente nas grandes cidades, e as emissões de CO2 geradas por uma dependência cada vez maior do automóvel, têm contribuído muito para aumentar índices de mortalidade, conforme pesquisa da Universidade da Califórnia e do San Francisco Joint Medical Program publicada em novembro de 2013 no American Journal of Public Health. Este cenário é evidente ao analisar que de 1950 a 2008 a população da capital paulista aumentou em cinco vezes, enquanto a frota de veículos aumento em 80 vezes, fazendo com que 90% da poluição na cidade seja de responsabilidade dos automóveis, como aponta estudo da UNIFESP da Profa. Dra. Simone Miraglia, engenheira especializada em transporte e ciências da saúde.

Informações como essa são úteis não apenas para médicos, mas também para aqueles que planejam e tomam decisões sobre os espaços públicos da cidade, podendo contribuir e incentivar bairros e cidades a priorizarem vias e locais mais agradáveis. Além de permitirem deslocamentos não motorizados, feitos de forma mais prazerosa e saudável, essas ruas e praças são locais de convívio e interação social. Tornam-se locais que valem a pena a atenção e o cuidado por parte dos cidadãos.

Discutir a interdependência dessas questões é como observar uma grande rede onde as menores ações estão relacionadas e geram consequências. A partir daí surgem muitas oportunidades de mudança em nossas escolhas, tanto do cidadão como do gestor público. Com esse enfoque, o Fit Cities São Paulo inicia sua jornada no Brasil no dia 16 de abril.

Participe deste movimento e inscreva-se pelo site www.cidades.usp.br.