Cidade Ativa em campo nos escadões do Jardim Ângela

11/08/2015 | por cidadeativa

Começou o trabalho em campo do projeto Olhe o Degrau-Jardim Ângela!

Na terça-feira, dia 4 de agosto, a equipe do Cidade Ativa caminhou pelo bairro revisitando as escadarias mapeadas a fim de conversar com a população e entender melhor a percepção dos usuários a respeito daqueles espaços. A investigação faz parte do projeto PASSAGENS, iniciativa do IVM – Instituto Cidade em Movimento. Em conjunto com outros grupos que estão estudando diferentes dinâmicas dentro do bairro, buscaremos promover intervenções que facilitem a mobilidade dos pedestres – articuladas com o corredor de BRT previsto para ser implementado no local.

O trabalho na região do Jardim Ângela, conhecida por sua alta vulnerabilidade social e pelas surpreendentes taxas de violência que perduraram os anos 90 inteiros, tem como objetivo envolver a população na reflexão acerca dos espaços públicos em torno das escadarias do bairro e sonhar junto com ela maneiras de transformar estes locais de passagem em lugares de estar.

Crédito: Cidade Ativa

Passamos por 14 escadões localizados no raio de um quilômetro do futuro corredor de BRT que será implementado na Estrada do M’Boi Mirim e avaliamos os espaços através dos sete critérios de avaliação da metodologia Cidade Ativa (segurança, proteção, acessibilidade, versatilidade, atratividade, conectividade e resiliência).

As escadas visitadas foram: Palhal, Serafim Gaspar, Viela do Carmo, Viela Bojador, Viela Cinco, Ribeirão dos Frades, Cipotuba Zigzag, Ribeirão Cabral, Gabriel Carozza, Frades Travessa 3, Cabral, Nakamura, Agamenon e Pereira Machado. Além de perceber as muitas tipologias de escadarias existentes na região, nos deparamos com a da Viela Bojador, que ainda não tinha sido mapeada pela equipe e nem apontada pela população.

O que percebemos é que os desejos dos moradores do Morro do Índio para aqueles lugares são similares: iluminação, degraus mais regulares, corrimão, canalização para o escoamento da água pluvial… A importância dessas passagens para o bairro é inegável. Quando conversamos com seu Crispim sobre o escadão do Palhal, ele nos contou que “o caminho para ir para o terminal é uma maravilha, é bem mais rápido ir por aqui do que por cima”.

Crédito: Cidade Ativa

A receptividade das pessoas que abordamos foi bastante positiva. Muitas vezes, falamos também sobre questões mais amplas do bairro, como a situação do transporte na região. Quase não recebemos negativas de entrevistas – como bem disse o José, que é dono de uma loja em frente à escada do Ribeirão dos Frades: “o administrador público não tem tempo pra bater de porta em porta e ver todos os problemas de cada um. Não custa perder uns minutos do seu tempo com o pesquisador”.

Ao longo da semana também fizemos as primeiras medições nas escadarias Palhal e Cabral e questionários mais aprofundados com os moradores da região. Ainda temos mais dois dias de trabalho em campo, desta vez no Jardim Nakamura – mandaremos notícias mais para frente!

Texto elaborado por Marina Harkot.