“A saúde das cidades – Intervenções e Uso de Evidências de Estudos Epidemiológicos e Experimentos Naturais” foi tema de evento no Hospital Universitário

20/11/2017 | por cidadeativa

Organizado pelo GEPAF-EACH e CPCE-USP, o evento “A saúde das cidades – Intervenções e Uso de Evidências de Estudos Epidemiológicos e Experimentos Naturais” aconteceu no dia 31/10 no Hospital Universitário. A Cidade Ativa, representada por Gabriela Callejas, foi convidada a participar da discussão sobre “Uso de dados epidemiológicos e intervenções no ambiente construído para a melhoria da saúde nas cidades”, confira aqui a programação.

 
Gabierla Callejas apresentou as principais razões pelas quais nossas cidades devem ser mais caminháveis.
Crédito: Cidade Ativa

O evento trouxe especialistas que abordaram diversos aspectos relativos ao tema.. Um exemplo é a pesquisa Habitat apresentada por Gavin Turrell, que tem como objeto de estudo a cidade de Brisbane, na Austrália, e busca entender como o ambiente construído, incluindo a infraestrutura e oferta de serviços, influencia nos estilos de vida, saúde e bem estar dos habitantes. Como parte do estudo  foram consideradas diferenças sociais e econômicas de cada região na cidade e dados revelaram que quanto menor a oferta de infraestrutura no local e mais baixo o nível de escolaridade dos moradores, maiores as chances das pessoas praticarem mais tempo de atividade física nos deslocamentos diários (como a caminhada). Além disso, Turrell apresentou dados de que mostraram que quanto maior a quantidade de postes de iluminação pública nas vias, maior o número de pessoas que caminham por ali, evidenciando uma relação entre esse serviço público e a sensação de segurança.

Turrell também colocou  uma relação direta da mudança de peso dos participantes da pesquisa em relação ao modo de transporte que utilizaram em um período de 4 anos: aqueles que caminhavam ou pedalavam e passaram a utilizar o carro ganharam cerca de 3 quilos enquanto que aqueles que fizeram o oposto eliminaram o excesso de peso.

Outro estudo apresentado no evento foi o ambiente construído e atividade física, apresentado por Alex Florindo, que revelou que, para a cidade de São Paulo, a presença de pelo menos dois tipos de espaços livres públicos – como praças, parques ou ciclovias – localizados a menos de 500 metros da residência aumenta a chance de prática de caminhadas no tempo livre. Enquanto isso, Paulo Lotufo apresentou o  Projeto Elsa(Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), e revelou que a prática de atividade física no lazer pode diminuir em até 16% do risco de hipertensão em homens e em 14% em mulheres.

Foi apresentada também a pesquisa do grupo de estudos sobre o espaço urbano e suas possíveis relações com os indicadores de saúde além do estudo de caso do projeto de redesenho urbano em São Miguel.

A Cidade Ativa enriqueceu o debate trazendo o tema da caminhabilidade das nossas cidades, já que o deslocamento a pé é uma maneira simples e acessível de incorporar atividade física no cotidiano da população.

A realização de eventos que aproximem  a discussão de cidades e saúde pública é fundamental para conectar especialistas de diferentes áreas, o que facilitará que políticas e projetos passem ser tratado de maneira multidisciplinar.